ESTADO DO CEARÁ
O Ceará foi formado por indígenas catequizados e aculturados após grande resistência à colonização de negros e mulatos que viviam como trabalhadores livres ou como escravos. O povoamento do território foi e tem sido bastante influenciado pelo fenômeno natural da seca que nos dias atuais , dificulta na plantação e criação de animais

O desenvolvimento independente do Ceará começaria apenas depois de sua separação de Pernambuco em 1799, e sua história foi sempre marcada por lutas políticas e movimentos armados. Essa instabilidade prolongou-se durante o Império e a Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do País em 1945. As secas, os conturbados fatores sociais e econômicos do Estado acarretaram eventos importantes na história desse povo, como o cangaço, os movimentos messiânicos, a emigração para à Amazônia e para outros Estados, inclusive os do Sudeste do Brasil. Historicamente um dos locais mais miseráveis do País, o Ceará tem passado por grandes transformações desde a década de 1950, progressivamente se tornando um Estado predominantemente urbano, mais industrializado e com crescente desigualdade regional e de renda.
As terras atualmente pertencentes ao Ceará foram doadas, em 1535, a Antônio Cardoso de Barros, mas este não se interessou em colonizá-las e nem sequer chegou a visitar a capitania, embora tivesse ocupado o cargo de provedor-mor da Bahia no governo geral de Tomé de Sousa. Cardoso de Barros, inclusive, faleceu em 1556, ao lado do primeiro bispo do Brasil dom Pero Fernandes Sardinha, devorado pelos índios Caetés, após um naufrágio na costa de Alagoas. A primeira tentativa séria de colonização portuguesa ocorre com Pero Coelho de Sousa, que lidera a primeira bandeira feita em 1603, demonstrando por isso certo interesse de Portugal em colonizar o Ceará.
A missão dos bandeiristas era explorar o rio Jaguaribe, combater piratas, "fazer a paz" com os indígenas e tentar encontrar metais preciosos. partindo da Paraíba, à frente de 200 índios "mansos" (já submissos ao conquistador) e de 65 soldados (entre os quais o jovem Martim Soares Moreno), Pero Coelho atingiu pelo litoral a serra de Ibiapaba, onde travou combate com os índios Tabajaras e alguns franceses, então aliados. Derrotando os adversários, Pero Coelho tentou seguir para o Maranhão, mas só atingiu o rio Parnaíba (Piauí) pois seus homens, cansados, maltrapilhos e famintos recusaram-se a prosseguir viagem. De retorno ao litoral, o capitão-mor fundou o Forte de São Tiago, às margens do Rio Ceará e o povoado de Nova Lusitânia. Ficou ali pouco tempo. Os índios, ressentidos com o comportamento brutal dos "civilizados" europeus passaram a atacar o Fortim. Pero ,então, retirou-se para o rio Jaguaribe, construindo nas margens deste o forte de São Lourenço. Contudo, a pesada seca de 1605 a 1607 (a primeira registrada pela historiografia local) e os persistentes ataques indígenas levaram Pero Coelho a deixar o Siará em dolorosa caminhada, na qual pereceram de fome e sede alguns soldados e seu filho mais velho. Dirigindo-se ao forte do Reis Magos no rio Grande do Norte e depois Paraíba e Europa, Pero Coelho faleceu em Lisboa, pobre, após tentar cobrar de Portugal os pagamentos pelos serviços prestados nas terras cearenses. Fracassava, assim, a tentativa pioneira de ocupação do "ceará Grande". (Por: Farias de Airton; Historia do Ceará; p. 14 e 15.
Diante do fracasso de Pero Coelho de conquistar as nações índigenas, em 1607 foram enviados os padres Jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira com o intuíto de evangelizar os sivícolas. Estes avançaram até a Chapada da Ibiapaba, onde ficaram até a morte do padre Francisco Pinto em outubro do mesmo ano. O padre Luís Figueira retorna para o Rio Grande do Norte. Posteriormente, relatou sua empreitada em Relação do Maranhão,o primeiro texto escritosobre o Ceará. Figueira, todavia, não foi muito feliz no relacionamento com os nativos brasileiros. Anos depois, em 1643, vítima de um naufrágio na Ilha de Marajó, foi morto e devorado pelos índios Aruãs.
Em 1612, sob o comando de Martim Soares Moreno (considerado posteriormente o "fundador" do Ceará), foi construído, às margens do Rio Ceará, o Forte de São Sebastião, local conhecido atualmente como Barra do Ceará (divisa entre os Municípios de Fortaleza e Caucaia).
A colonização portuguesa da região, iniciada no século XVII, foi dificultada pela forte oposição das tribos indígenas e as invasões de piratas europeus. O estabelecimento europeu só tomou impulso com a construção, na embocadura do riacho Marajaitiba, do forte holandês Schoonenborch, que em 1654, foi tomado pelos portugueses e passou a ser chamado Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. Em volta dessa Fortaleza formou-se a segunda vila do Ceará, a vila do Forte, ou Fortaleza. Depois de muita disputa política entre Aquiraz e Fortaleza, a última passou a ser a capital do Ceará, oficialmente a partir de 13 de abril de 1726 (Data em que se comemora o aniversário da cidade).
Houve duas frentes de ocupação portuguesa do território cearense: a do sertão-de-fora, controlada por pernambucanos que vinham pelo litoral; e a do sertão-de-dentro, dominada por baianos. Graças à pecuária e aos deslocamentos de pessoas das áreas então mais povoadas, praticamente todo o Ceará foi ocupado ao longo do tempo, levando ao nascimento de várias cidades importantes nos cruzamentos das principais estradas utilizadas pelos vaqueiros, como Icó. Ao longo do século XVIII, a principal atividade econômica cearense foi a pecuária, levando muitos historiadores a falarem que o Ceará se transformou em uma"Civilização do Couro", pois a partir do couro se faziam praticamente todos os objetos necessários à vida do sertanejo através de um rico artesanato.
O comércio do charque foi decisivo para a vida econômica do Ceará ao longo do século XVIII e XIX. Com ele passou a existir uma clara divisão do trabalho entre as regiões do Estado: no litoral se encontravam ascharqueadas e, no sertão, as áreas para criação de gado bovino. O charque também permitiu o enriquecimento de proprietários de terras e de comerciantes, bem como o surgimento de um pequeníssimo mercado interno local. Durante o auge do comércio do charque, a principal cidade cearense foi Aracati, de onde eram exportadas mas também floresceram outros centros regionais, como Sobral, Icó, Acaraú, Camocim e Granja. A era do charque finda-se depois das secas de 1790/93, que devastam o estado e impossibilitam a continuação da pecuária cearense. Com este evento a produção do charque mudou para o Rio Grande do Sul.
disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Cear%C3%A1
acessado no dia 11/11/2015
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